A execução na Indonésia e a comoção nacional

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Foi a notícia em todos os jornais hoje: Marco Acher Cardoso Moreira, brasileiro, foi condenado à morte na Indonésia por adentrar o país com 13kg de cocaína, há 11 anos. A presidentE Dilma publicou uma nota de lamento em seu Facebook, afirmando estar consternada e indignada - a própria ligou para o presidente indonésio pedindo clemência ao réu, o que não deu muito certo. Intriga-me que a presidente fique tão indignada com um brasileiro julgado por um crime em outro país, quando mais de 56 mil pessoas morreram assassinadas em seu próprio país (dados de 2012) - muitas vezes, mortes motivadas pelas drogas também.

Os comentários na postagem de Dilma no facebook são de pura tristeza e pedem para que sirva de lição: pena de morte é uma atrocidade ao ser humano. Como cristã, eu não consigo ver com bons olhos essa pena também; porém, prisão perpétua e penas duras para crimes pesados - como estupro e assassinato - eu sou completamente a favor. A constituição da Indonésia é diferente e prevê pena de morte para tráfico de drogas, e o atual presidente prometeu uma guerra ao tráfico quando foi eleito. Um bandido deve causar tamanha comoção nacional por ser punido como manda a constituição do país onde praticou o crime? 

No Brasil, é triste observar como a população aprendeu a defender bandidagem. É, no meu ponto de vista, uma pena muito rígida sim, porém as pessoas são responsáveis pelo que praticam e onde praticam. Ninguém - incluindo a mídia e as autoridades brasileiras - fica tão "consternado" pelas milhares de vítimas do tráfico de drogas no país, das balas perdidas, dos assaltos... 

Vivemos num país onde um bandido vira herói nacional e os cidadãos são tratados como escória. Não tenha pena de ladrões, estupradores, assassinos, traficantes, o que for. Tenha pena de você mesmo, por não praticar nenhum crime e viver entre essas pessoas, num lugar onde cada vez mais difunde-se ideais de proteção aos criminosos, desmilitarização da polícia e desemparo ao cidadão comum.

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